A outra face de Cristo
“... tendo feito um azarrogue de cordas, expulsou todos do templo, bem como as ovelhas e os bois, derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas, virou as mesas e disse aos que vendias as pombas: Tirai daqui estas coisas; não façais da casa de meu Pai casa de negócio. Lembraram os seus discípulos de que está escrito: O zelo da Tua casa me consumirá” (Jo 2.15-17).
Você consegue ver Jesus assim? Muitos não conseguem. A mídia faz a imagem de Jesus como o bom pastor, amigo das criancinhas, amoroso, sensível ao necessitado, o bom mocinho que veio e que foi morto apenas porque falou de amor, mas o fato é que isso não é tudo a respeito de Jesus. Existe outra face dele que muitos não querem ver. Jesus denunciou o pecado, repreendeu veementemente a hipocrisia, refutou as falsas doutrinas e os falsos mestres, deixou pessoas doentes esperando por ele e foi para outras cidades curar outras pessoas. Jesus foi amado e odiado, foi seguido e perseguido, experimentou a provisão do céu e os ataques do inferno.
Essa figura feminizada de Jesus não é coerente com o seu caráter! Jesus foi firme, seguro, audacioso, corajoso e por isso foi perseguido, humilhado, espancado e morto. Não foi morto porque amou, foi morto porque fez o que precisava ter sido feito: combateu o pecado e os falsos mestres. Uma reforma só é feita por pessoas corajosas e dispostas a pagar o preço com a própria vida se necessário for.
Neste final de semana que comemoramos mais um ano da reforma protestante, louvo a Deus pela vida dos homens que Ele usou para combater as heresias de sua época e fazer a Palavra de Deus chegar até nós. Que se levantem os profetas e os reformadores também do nosso tempo.
Em Cristo,
Pr.Eduardo M.Bittencourt
Um alvo, diferentes estratégias
Lendo Atos percebemos que Paulo era um grande evangelista, mas também um grande estrategista. Ele implantou várias igrejas, mas utilizou diferentes estratégias.
Em Antioquia, ele iniciou o trabalho pregando a partir da sinagoga, aos judeus. Em Icônio, ele foi para a sinagoga, mas não convenceu a maioria. O que ele fez? Ele foi usado por Deus para realizar milagres e maravilhar (At 14.1-4). Em Listra, não há referências de Paulo pregando na sinagoga. Deus o usou para curar um homem e a partir desse momento, Paulo usou esse acontecimento como uma ponte para pregar o evangelho a toda uma multidão (At 14.8-18). Em Tessalônica, Paulo pregava na sinagoga nos sábados e na praça durante a semana.
Paulo fala às multidões, mas também fala de casa em casa. Prega aos judeus na sinagoga, mas também o faz fora do templo. Utiliza praças e mercados, jamais deixando de proclamar às multidões, mas se devota a indivíduos para discipulá-los e treiná-los para a liderança local. No ministério de um só homem, em uma mesma geração, diferentes abordagens e estratégias.
Devemos primeiramente compreender que não há estratégias fixas para a proclamação do Evangelho, apenas princípios fixos. Existe muita diferença entre forma e essência. Muitas pessoas são apegadas às formas e não deixam que a essência flua causando o impacto que ela pode causar. A forma utilizada com sucesso num determinado lugar e num determinado tempo às vezes não é a melhor forma de trabalhar hoje.
Será que nosso apego às formas tem atrapalhado o avanço do reino? Estamos abertos às mudanças? Boas mudanças que procuram alcançar os perdidos e fortalecer os crentes?
Texto extraído do artigo do Pr.Ronaldo Lidório e adaptado pelo Pr.Eduardo M.Bittencourt.
O Encontro da Misericórdia e da Justiça - Venerável Bede
"A misericórdia c a verdade se encontraram...” (Sl 85.10)
HAVIA certo Pai de família, um Rei poderoso, que tinha quatro filhas. Uma se chamava Misericórdia; a segunda, Verdade; a terceira. Justiça; e a quarta, Paz; de quem se diz: "A Misericórdia e a Verdade se encontraram; a Justiça e a Paz se beijaram'1. Ele tinha também certo Filho muito sábio, a quem ninguém se comparava em sabedoria. Tinha igualmente certo criado a quem havia exaltado e enriquecido com grande honra; pois Ele o fizera segundo sua própria semelhança e similitude, e isso sem mérito precedente por parte do criado. Mas o Senhor, como é o costume com tais mestres sábios, desejava prudentemente explorar e conhecer o caráter e a fé do seu criado, se este lhe era ou não digno de confiança. Assim Ele deu-lhe uma ordem fácil, e disse: "Se tu fizeres o que eu te digo, eu te exaltarei a maiores honras; se não, tu perecerás miseravelmente".
O criado ouviu a ordem, e sem demora, a infringiu. Por que preciso dizer mais? Por que preciso retardá-lo com minhas palavras e lágrimas? Este criado orgulhoso, obstinado, altivo e inchado de vaidade, buscou uma desculpa para sua transgressão e colocou toda a culpa no seu Senhor. Pois quando ele disse: "A mulher que me deste para estar comigo, me enganou", ele jogou toda a culpa no seu Criador. O seu Senhor, mais bravo por tal conduta contumaz do que pela transgressão da ordem, chamou quatro dos mais cruéis executores e ordenou que um deles o lançasse na prisão, que outro o estrangulasse, que o terceiro o decapitasse e que o quarto o afligisse com tormentos atrozes. Tão logo se oferecer ocasião, eu lhes darei o nome de cada um dos atormentadores.
Esses torturadores, estudando como pôr em execução a própria crueldade, levaram o miserável homem e começaram a afligi-lo com toda sorte de castigos. Mas uma das filhas do Rei. por nome Misericórdia, quando ouviu falar sobre este castigo do criado, correu apressadamente à prisão. Olhando para dentro e vendo o homem entregue aos atormentadores, não pôde deixar de ter compaixão dele, porque é sua característica ter misericórdia. Ela rasgou as roupas, bateu palmas e deixou o cabelo cair solto em torno do pescoço. Chorando e gritando, ela correu ao Pai e, ajoelhando-se diante dos seus pés, começou a dizer com voz séria e dolorosa: "Meu Pai amado, não sou eu tua filha Misericórdia? E tu não és chamado misericordioso? Se tu és misericordioso, tenha misericórdia de teu criado. Se tu não tens misericórdia dele, tu não podes ser chamado de misericordioso; e se tu não és misericordioso, tu não podes ter a mim, Misericórdia, como tua filha". Enquanto ela argumentava com o Pai, sua irmã, Verdade veio e perguntou por que Misericórdia estava chorando. "Sua irmã, Misericórdia", respondeu o Pai, "deseja que eu tenha piedade daquele transgressor orgulhoso, cujo castigo designei". A Verdade, quando ouviu isto, ficou muito irada e olhou duramente para o Pai. "Não sou eu", disse ela, "tua filha Verdade? Tu não és chamado verdadeiro? Não é verdade que tu estabeleceste uma punição para ele e o ameaçaste com a morte por tormentos? Se tu és verdadeiro, tu seguirás o que é verdadeiro: se tu não o seguires, tu não podes ser verdadeiro; se tu não és verdadeiro, tu não podes ter a mim, Verdade, como tua filha". Neste ponto, vocês percebem, "a Misericórdia e a Verdade se encontraram". A terceira irmã, isto é, a Justiça, ouvindo esta discussão, contenda, disputa e pleito, e convocada pelo clamor, começou a inquirir a causa da Verdade. E a Verdade, que só podia falar o que era verdadeiro, disse: "Esta nossa irmã, a Misericórdia, se é que ela deve ser chamada de irmã, visto que não concorda conosco, deseja que nosso Pai tenha piedade daquele transgressor orgulhoso". Então a Justiça, com um semblante bravo e meditando num desgosto que ela não tinha esperado, disse ao Pai: "Não sou eu a Justiça, tua filha? Tu não és chamado justo? Se tu és justo, tu exercerás justiça no transgressor; se tu não exerceres essa justiça, tu não podes ser justo; se tu não és justo, tu não podes ter a mim, Justiça, como tua filha". Então aqui estavam, de um lado, a Verdade e a Justiça, e de outro, a Misericórdia. A Paz fugiu para um país muito distante. Pois onde há discussão e contenda, não há paz; e quanto maior a contenda, para mais longe a Paz é afugentada.
Então, estando uma de suas filhas perdida, e as outras três em calorosa discussão, o Rei achou extremamente difícil encontrar uma maneira de determinar o que deveria fazer, ou para qual lado deveria inclinar-se. Pois se desse ouvidos à Misericórdia, Ele ofenderia a Verdade e a Justiça; se desse ouvidos à Verdade e à Justiça, não poderia ter Misericórdia por sua filha; e, não obstante, fazia-se necessário que Ele fosse misericordioso e justo, pacífico e verdadeiro. Havia grande necessidade de um bom conselho. Portanto, o Pai chamou seu Filho sábio, e o consultou sobre o assunto. Disse o Filho: "Dai-me, meu Pai, este presente assunto para conduzir, e eu castigarei o transgressor para ti, e trarei em paz para ti as tuas quatro filhas". "Estas são grandes promessas'1, respondeu o Pai, "se a ação concordar com a palavra. Se tu podes fazer o que dizes, eu agirei como tu me exortares". Tendo recebido o mandato real, o Filho levou consigo sua irmã Misericórdia. "Pulando montanhas, ignorando colinas", eles chegaram à prisão, e "olhando pelas janelas, olhando pelas grades", viu o criado encarcerado, barrado da vida presente, devorado pela aflição, e "desde a planta do pé até ao alto da cabeça não havia nele nada são". Fie o viu no poder da morte, porque por ele a morte entrou no mundo. Ele o viu devorado, porque, quando um homem está morto, ele é comido pelos vermes. E porque agora tenho a oportunidade de lhes falar, vocês saberão os nomes dos quatro atormentadores. O primeiro, que o colocou na prisão, é a Prisão da vida presente, da qual se diz: "Ai de mim, que sou constrangido a morar em Meseque". O segundo, que o atormentou, é a Miséria do mundo, que nos ataca com todos os tipos de dor c miséria. O terceiro, que o estava matando, é a Morte, que destrói e a tudo mata; o quarto, que o estava devorando, é o Verme... Então, o Filho, vendo o seu criado entregue a estes quatro atormentadores, não pôde senão ter Misericórdia dele, porque a Misericórdia era sua companheira, e irrompendo na prisão da morte, "conquistou a morte, amarrou o homem forte, tomou os seus bens" e distribuiu os espólios. E, "subindo ao alto, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens". Ele trouxe de volta o criado ao seu país, o coroou com duplicada honra e o vestiu com uma roupa de imortalidade. Ao ver tal coisa, Misericórdia não teve mais base de reclamação. A Verdade não achou causa de descontentamento, porque seu Pai foi achado verdadeiro. O criado havia pago todas as penas. A Justiça, de igual modo, não reclamou, porque fora executada a justiça no transgressor; e, assim, "aquele que tinha-se perdido, foi achado". A Paz, então, quando viu que suas irmàs estavam em concórdia, voltou e se uniu a elas. E agora, vejam que "a Misericórdia e a Verdade se encontraram; a Justiça e a Paz se beijaram". Assim, pelo Mediador dos homens e anjos, o homem foi purificado e reconciliado, e a centésima ovelha foi trazida de volta ao aprisco de Deus. A este aprisco Jesus nos traz, a quem seja a honra e o poder para sempre. Amém.
Qual será o resultado do jogo?
Alguns já estão experimentando o nervosismo sobre o resultado do jogo do Brasil e Espanha que acontecerá hoje à noite. O Brasil veio bem até agora, mas vencerá na final?
Muitos times começam bem os campeonatos, mas acabam morrendo na praia. Outros começam mal, mas durante o torneio viram o jogo e se tornam campeões.
A vida é como um campeonato de futebol, mas quero ressaltar duas grandes diferenças. A primeira é que já começamos mal e a segunda é que não precisamos ficar com dúvidas a respeito do resultado final do “jogo”.
A Bíblia fala que já começamos nosso “jogo” em pecado e que o mesmo nos conduz à morte, à “derrota”. Muitos homens estão correndo em campo, se esforçando, dando o seu melhor, mas o seu melhor não é suficiente para vencer. Correm, correm, correm, se cansam e no final choram porque não conseguem o que tanto esperavam.
Mas o jogo não precisa terminar com derrota. A Bíblia que fala que todos os homens pecaram e carecem da glória de Deus e por isso caminham a passos largos para o inferno, fala também que se colocarmos nossa fé em Cristo, Deus perdoará nossos pecados, não estaremos debaixo de condenação e seremos considerados mais que vencedores em Cristo Jesus. Não precisamos ficar tensos, ansiosos em relação ao resultado final do “nosso jogo”, podemos confiar em Cristo e desfrutar hoje mesmo da vitória que Ele nos garante.
Quanto está o placar do seu “jogo”? Estás perdendo? Ainda não confessaste o teu pecado a Deus e colocaste tua fé em Jesus Cristo como único e suficiente Senhor e Salvador da sua vida? Que tal dar uma reviravolta neste resultado? O ladrão na cruz estava perdendo até aos 46 minutos do segundo tempo, mas reconheceu seu pecado e colocou sua fé em Cristo. Como resultado, teve seu pecado perdoado e a garantia da vida eterna. Deus está te dando uma oportunidade agora, não deixe para os acréscimos do segundo tempo, pois pode ser que o juiz não dê acréscimo algum! Deus te abençoe.
Pr.Eduardo M.Bittencourt